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Banda Morra Tentando... Luzes, ação e reação! |
1º- A Banda Morra Tentando começou em
2005, como foi este início e quais as formações até atualmente?
Na verdade começamos a botar a cara na rua mesmo em 2006, ano em que
também fizemos nossas primeiras apresentações, éramos 5 na formação (duas
guitarras) e atendíamos pelo nome de “Apenas a Fúria Sobrevive” a tradução do
título de uma música da banda Street Bulldogs. O início foi bem empolgante,
pois nosso repertório já era quase todo formado por músicas próprias e isso nos
dava uma sensação muito boa de sentir que tínhamos a capacidade de fazer um som
que nos agradasse. De lá pra cá, passamos a tocar contando com apenas um
guitarrista na formação, e um tempo depois nosso amigo e um dos fundadores da
banda, Daniel Hogrefe (baixista), foi morar fora e novamente mudamos um pouco o
time. Chegou o Ismar, amigo de longa data, para tocar baixo e em seguida
perdemos mais um membro que era nossa guitarrista Fabian, com isso convencemos
o Ismar a assumir a guitarra e nos enturmamos com o Brunão, figura já conhecida
no cenário local e que veio pra somar assumindo as cordas graves. Essa é nossa atual formação: João
Marcelo (gritos), buzugo (batucada), Ismar (guitarradas) e Brunão (us grave).
2º- Qual a visão da Banda sobre o cotidiano dos eventos independentes
(Underground) na região Nordeste?
Ainda somos bem jovens, mas já participamos do
role a um bom tempo, não caímos no lance de pára-quedas e sim vivenciamos as
várias fases e etapas que nos fizeram firmar enquanto uma banda que leva em
conta uma postura, coerência ou algo que o valha. Ultimamente vemos que muito
do que aprendemos e assimilamos como coisas de um espaço alternativo e
auto-gestionário tem perdido algumas das suas maiores características e aqui no
nordeste não tem sido diferente. Mas ao mesmo tempo vemos ações que ou permaneceram
legais ou surgem através de novos grupos de pessoas que ainda assim chegam pra
fortalecer e gerar conteúdo interessante e necessário. Nessa pegada, notamos
que as coisas em muitos casos estão evoluindo na nossa região, seja através de
novas iniciativas ou mesmo do fortalecimento de antigas. E isso vai desde a
produção de zines até a preocupação em oferecer um equipamento decente pra que
as bandas possam mostrar seu trabalho. O cotidiano é difícil, mas tem gente
querendo melhorar. Quanto aos atrasa lado, é uma questão de saber lidar e usar
os espaços úteis para expor nossas idéias.
3º- Em relação à satisfação pessoal
de vocês como membros da banda, está tudo ocorrendo de acordo?
Desde o início nossa pretensão sempre foi mínima, então quem almeja simplicidade não tem muito com o que se preocupar, nos mantemos firmes na caminhada e relevando pequenas falhas e vacilo, nos sentimos a vontade tocando nossa música e interagindo com quem se identifica com ela.
Desde o início nossa pretensão sempre foi mínima, então quem almeja simplicidade não tem muito com o que se preocupar, nos mantemos firmes na caminhada e relevando pequenas falhas e vacilo, nos sentimos a vontade tocando nossa música e interagindo com quem se identifica com ela.
4º- A banda tem demonstrado um amadurecimento muito
bom, tal qual o bom vinho, a cada dia esta melhor! Qual o segredo de tanta
energia nas apresentações da Morra Tentando?
Não somos profissionais, mas sempre queremos dar o nosso melhor, fazer render o que compomos e ensaiamos assim como apresentar nosso potencial enquanto banda, não é um lance de perfeccionismo ou algo que o valha, é mais uma questão de dedicação mesmo, de saber que podemos e queremos evoluir. Isso não é sobre música é sobre a vida! Nossa energia vem da nossa paixão pelo meio que vivemos e acreditamos, quando tocamos nos sentimos cuspindo tudo que nos incomoda, desse modo, cada música ganha à carga de energia que queremos passar com nosso barulho. Além disso, pra gente não há limite entre quem está em cima do palco ou não, é tudo uma coisa só e se queremos que o público sinta isso, temos que passar essa idéia pra eles, por isso essa empolgação serve também de convite pra que o contato seja mais direto e gostoso.
Não somos profissionais, mas sempre queremos dar o nosso melhor, fazer render o que compomos e ensaiamos assim como apresentar nosso potencial enquanto banda, não é um lance de perfeccionismo ou algo que o valha, é mais uma questão de dedicação mesmo, de saber que podemos e queremos evoluir. Isso não é sobre música é sobre a vida! Nossa energia vem da nossa paixão pelo meio que vivemos e acreditamos, quando tocamos nos sentimos cuspindo tudo que nos incomoda, desse modo, cada música ganha à carga de energia que queremos passar com nosso barulho. Além disso, pra gente não há limite entre quem está em cima do palco ou não, é tudo uma coisa só e se queremos que o público sinta isso, temos que passar essa idéia pra eles, por isso essa empolgação serve também de convite pra que o contato seja mais direto e gostoso.
5º- Os sons do EP Freestyle Is Our
Gift (2012) não ficam amarrados somente no Hardcore/Skatepunk, fale sobre
os trabalhos da banda e suas influencias?
É aquela coisa, aqui no nordeste as coisas não ganham tanta limitação de
espaço e público, nesse caso estamos naturalmente abertos a absorver outros
estilos musicais. Uma das coisas mais chatas do hardcore é a
segmentação/segregação de estilos de som. Sempre fico feliz quando as pessoas
fazem esse tipo de comentário sobre o nosso som. Se prender a algo limita
muito. E como por aqui não existe esse lance de cena melódica, cena grind ou
cena metalcore; não sentimos necessidades de nos enquadrar em determinado
estilo de som. E todos da banda escutam de tudo, então, acaba sendo natural.
Pessoalmente, também acho que se a banda não for muito boa no que faz, e se prender
em uma só linha de som, acaba ficando chato-cansada.
6º- As questões sociais estão presentes em todas as
regiões do mundo, sempre embalada pelo consumismo capitalista e outras mazelas criadas
para engodo do povo. Qual a visão da Morra Tentando sobre este fato?
Desde que começamos a nos
envolver com o punk, a postura social foi logo absorvida por nós, fosse através
de bandas que alimentavam a causa, fosse pelos diversos fanzines que logo
tivemos contato. É bem certo que depois de um tempo você passa a enxergar as
coisas de outra forma, mas quem se mantém firme nas suas convicções só tem um
caminho a seguir, a resistência. Sabemos que não podemos fazer muito enquanto
apenas uma banda. Dessa maneira procuramos sempre atuar em outras frentes que
complementem nossa visão: organização de pequenos gigs, exibição de documentários,
exposição de zines e até mesmo debates. Além de ter gente da banda que
participa de coletivos políticos e outras ações fora do meio punk.
7º- Existe uma postura ideológica na banda?
Não temos uma ideologia que
contemple diretamente a todos, mas nos identificamos muito com os ideais
anarquistas e sua visão libertária de mundo. Dentro disso ainda podemos citar
todas as posturas que tenham como ponto central a emancipação humana e há muito
são difundidas no meio hardcore (anti-homofobia, feminismo, luta de classes e
por aí vai).
8º- O Underground Store Zine e o Blog Pedras Que Rolam
agradecem a Banda Morra Tentando pela entrevista e especialmente pela paciência.
O espaço desta questão fica livre para suas colocações finais.
Nós que agradecemos por demais a você Beto Feitosa por ter nos cedido
este espaço onde podemos expor nossa idéias além do nosso som, assim como
agradecemos também por nos ajudar espalhar nossa mensagem e fazê-la chegar às
outras pessoas que podem/ devem ser tornar novos contatos e amizades.
Sentimos que ultimamente muita coisa vem se perdendo nesse meio e
queríamos que os que ainda acreditam se mantenham firmes e resistentes, pois só
dessa forma conseguiremos levar nossos ideais à frente, seja na idéia de manter
ativa essa boa circulação independente de bandas e amigos ou até mesmo questões
bem mais delicadas.
Mantenham-se ativos, queremos somar e compartilhar amor, protesto e ódio. Não esperem que aconteça, faça agora, faça você mesmo! Para quem conhece a banda, convidamos a manter contato e para quem ainda não conhece estamos abertos a novas amizades.
Mantenham-se ativos, queremos somar e compartilhar amor, protesto e ódio. Não esperem que aconteça, faça agora, faça você mesmo! Para quem conhece a banda, convidamos a manter contato e para quem ainda não conhece estamos abertos a novas amizades.
► A entrevista foi respondida por
Buzugo e João Marcelo.
Para encontrar a gente no mundo virtual é só acessar os seguintes links
e acompanhar nossas empreitadas:
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Morratentando.bandcamp.com
Twitter.com/morra_tentando
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