segunda-feira, 13 de maio de 2013

Trilheiros do Sertão

Conheçam as lindas paisagens de Canindé de São Francisco/SE e toda a região com a Equipe Trilheiros do Sertão.
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Cel.: (79) 8827-5038 - Marcelo Pereira

Informações: usz.beto@hotmail.com

Um Diálogo No Boteco...


- Meu irmão, eu só dou valor a bandas antigas... Saca? Mais de quinze anos de estrada e tal...
- Eu também...
- Não gosto do CD-r...
- Ah, deve detestar a modernidade?
- Não... Só gosto de lançamentos oficiais, CD-r banaliza o trampo de uma banda, é anti profissional saca?
- Mas os caras que lançam em CD-r justificam que é pelo fato de que são contra esse lance de direitos autorais, lucros, gostam da idéia faça você mesmo... Enfim.
- Um caralho! Dê oportunidade a eles de lançarem em vinil ou CD, então você vai ver a real!
- È... Pode até ser... Já conseguiria até ver uma motivação tipo mercado fonográfica da cena hardcore... Indústria cultural punk...
- Mas é isso aí, brother! Se uma distro ou mesmo um selo usa alguns artifícios tipo um esquema de valorizar a parte gráfica tanto no coloridinho da capa, quanto no papel, acabamento... Reproduzindo todo o conjunto de regras que valoriza o produto para seduzir o consumidor, ele vai vender! È, o ato de comprar motivado por isso, é um condicionamento, tipo o que Pavilov fez com os ratos... Saca?
- Mas, isso é reproduzir o esquema de marketing capitalista!
- Epá! Fale baixo, senão a gente se queima no movimento! Vamos passar a vista grossa... 
- Beleza! Então, do que é que estávamos falando?
- Do mercado... Da indústria fonográfica HC.
- Ah, mas é cultura! Já ta rolando... Quem tem uma boa distro, um selo forte na cena, é quem dita às regras subliminares de qual é a melhor banda do momento, o melhor show, o CD do ano... Até Fan Clubs nascem daí!
- Quer dizer que já rola um show business??!!
- Chiii!!! Fale baixo, senão a gente se queima no movimento cara...!
Autor: Adevasta

quinta-feira, 9 de maio de 2013

ENTREVISTA COM A BANDA MORRA TENTANDO



Banda Morra Tentando... Luzes, ação e reação!

1º- A Banda Morra Tentando começou em 2005, como foi este início e quais as formações até atualmente?
Na verdade começamos a botar a cara na rua mesmo em 2006, ano em que também fizemos nossas primeiras apresentações, éramos 5 na formação (duas guitarras) e atendíamos pelo nome de “Apenas a Fúria Sobrevive” a tradução do título de uma música da banda Street Bulldogs. O início foi bem empolgante, pois nosso repertório já era quase todo formado por músicas próprias e isso nos dava uma sensação muito boa de sentir que tínhamos a capacidade de fazer um som que nos agradasse. De lá pra cá, passamos a tocar contando com apenas um guitarrista na formação, e um tempo depois nosso amigo e um dos fundadores da banda, Daniel Hogrefe (baixista), foi morar fora e novamente mudamos um pouco o time. Chegou o Ismar, amigo de longa data, para tocar baixo e em seguida perdemos mais um membro que era nossa guitarrista Fabian, com isso convencemos o Ismar a assumir a guitarra e nos enturmamos com o Brunão, figura já conhecida no cenário local e que veio pra somar assumindo as cordas  graves. Essa é nossa atual formação: João Marcelo (gritos), buzugo (batucada), Ismar (guitarradas) e Brunão (us grave).

2º- Qual a visão da Banda sobre o cotidiano dos eventos independentes (Underground) na região Nordeste?
Ainda somos bem jovens, mas já participamos do role a um bom tempo, não caímos no lance de pára-quedas e sim vivenciamos as várias fases e etapas que nos fizeram firmar enquanto uma banda que leva em conta uma postura, coerência ou algo que o valha. Ultimamente vemos que muito do que aprendemos e assimilamos como coisas de um espaço alternativo e auto-gestionário tem perdido algumas das suas maiores características e aqui no nordeste não tem sido diferente. Mas ao mesmo tempo vemos ações que ou permaneceram legais ou surgem através de novos grupos de pessoas que ainda assim chegam pra fortalecer e gerar conteúdo interessante e necessário. Nessa pegada, notamos que as coisas em muitos casos estão evoluindo na nossa região, seja através de novas iniciativas ou mesmo do fortalecimento de antigas. E isso vai desde a produção de zines até a preocupação em oferecer um equipamento decente pra que as bandas possam mostrar seu trabalho. O cotidiano é difícil, mas tem gente querendo melhorar. Quanto aos atrasa lado, é uma questão de saber lidar e usar os espaços úteis para expor nossas idéias.

3º- Em relação à satisfação pessoal de vocês como membros da banda, está tudo ocorrendo de acordo?
Desde o início nossa pretensão sempre foi mínima, então quem almeja simplicidade não tem muito com o que se preocupar, nos mantemos firmes na caminhada e relevando pequenas falhas e vacilo, nos sentimos a vontade tocando nossa música e interagindo com quem se identifica com ela.

4º- A banda tem demonstrado um amadurecimento muito bom, tal qual o bom vinho, a cada dia esta melhor! Qual o segredo de tanta energia nas apresentações da Morra Tentando?
Não somos profissionais, mas sempre queremos dar o nosso melhor, fazer render o que compomos e ensaiamos assim como apresentar nosso potencial enquanto banda, não é um lance de perfeccionismo ou algo que o valha, é mais uma questão de dedicação mesmo, de saber que podemos e queremos evoluir. Isso não é sobre música é sobre a vida! Nossa energia vem da nossa paixão pelo meio que vivemos e acreditamos, quando tocamos nos sentimos cuspindo tudo que nos incomoda, desse modo, cada música ganha à carga de energia que queremos passar com nosso barulho. Além disso, pra gente não há limite entre quem está em cima do palco ou não, é tudo uma coisa só e se queremos que o público sinta isso, temos que passar essa idéia pra eles, por isso essa empolgação serve também de convite pra que o contato seja mais direto e gostoso.

5º- Os sons do EP Freestyle Is Our Gift (2012) não ficam amarrados somente no Hardcore/Skatepunk, fale sobre os trabalhos da banda e suas influencias?
É aquela coisa, aqui no nordeste as coisas não ganham tanta limitação de espaço e público, nesse caso estamos naturalmente abertos a absorver outros estilos musicais. Uma das coisas mais chatas do hardcore é a segmentação/segregação de estilos de som. Sempre fico feliz quando as pessoas fazem esse tipo de comentário sobre o nosso som. Se prender a algo limita muito. E como por aqui não existe esse lance de cena melódica, cena grind ou cena metalcore; não sentimos necessidades de nos enquadrar em determinado estilo de som. E todos da banda escutam de tudo, então, acaba sendo natural. Pessoalmente, também acho que se a banda não for muito boa no que faz, e se prender em uma só linha de som, acaba ficando chato-cansada.

6º- As questões sociais estão presentes em todas as regiões do mundo, sempre embalada pelo consumismo capitalista e outras mazelas criadas para engodo do povo. Qual a visão da Morra Tentando sobre este fato?
Desde que começamos a nos envolver com o punk, a postura social foi logo absorvida por nós, fosse através de bandas que alimentavam a causa, fosse pelos diversos fanzines que logo tivemos contato. É bem certo que depois de um tempo você passa a enxergar as coisas de outra forma, mas quem se mantém firme nas suas convicções só tem um caminho a seguir, a resistência. Sabemos que não podemos fazer muito enquanto apenas uma banda. Dessa maneira procuramos sempre atuar em outras frentes que complementem nossa visão: organização de pequenos gigs, exibição de documentários, exposição de zines e até mesmo debates. Além de ter gente da banda que participa de coletivos políticos e outras ações fora do meio punk.

7º- Existe uma postura ideológica na banda?
Não temos uma ideologia que contemple diretamente a todos, mas nos identificamos muito com os ideais anarquistas e sua visão libertária de mundo. Dentro disso ainda podemos citar todas as posturas que tenham como ponto central a emancipação humana e há muito são difundidas no meio hardcore (anti-homofobia, feminismo, luta de classes e por aí vai).

8º- O Underground Store Zine e o Blog Pedras Que Rolam agradecem a Banda Morra Tentando pela entrevista e especialmente pela paciência. O espaço desta questão fica livre para suas colocações finais.
Nós que agradecemos por demais a você Beto Feitosa por ter nos cedido este espaço onde podemos expor nossa idéias além do nosso som, assim como agradecemos também por nos ajudar espalhar nossa mensagem e fazê-la chegar às outras pessoas que podem/ devem ser tornar novos contatos e amizades.
Sentimos que ultimamente muita coisa vem se perdendo nesse meio e queríamos que os que ainda acreditam se mantenham firmes e resistentes, pois só dessa forma conseguiremos levar nossos ideais à frente, seja na idéia de manter ativa essa boa circulação independente de bandas e amigos ou até mesmo questões bem mais delicadas.
Mantenham-se ativos, queremos somar e compartilhar amor, protesto e ódio. Não esperem que aconteça, faça agora, faça você mesmo! Para quem conhece a banda, convidamos a manter contato e para quem ainda não conhece estamos abertos a novas amizades.
► A entrevista foi respondida por Buzugo e João Marcelo.
Para encontrar a gente no mundo virtual é só acessar os seguintes links e acompanhar nossas empreitadas:
facebook.com/morratentando
Morratentando.bandcamp.com
Twitter.com/morra_tentando

terça-feira, 7 de maio de 2013

MORCEGOS-RELEASE  2013





































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segunda-feira, 6 de maio de 2013

BANDA MISANTROPIA HARDCORE SIMPLES E DIRETO


MISANTROPIA é uma banda formada em 1991 na cidade de Maceió/ AL é a banda mais antiga da cena Punk Hardcore em atividade no estado de Alagoas. O som dos caras é o verdadeiro Punk Hardcore, simples, direto e politizado.


1º. A formação da Misantropia é a mesma desde o início?  
R: A formação da banda sofreu algumas mudanças durante esses 22 anos de existência. Em 1998 deixamos de ser um quarteto e viramos um trio. A última mudança ocorreu em 2009 quando Wagner (baterista) saiu da banda porque se mudou para São Paulo. Atualmente a Misantropia é formada por Sandney (vocal/guitarra), Júnior (baixo) e Ives (bateria). 

2º. Atualmente o Brasil conhece melhor a Cena Nordestina e esta ocorrendo uma permuta de informações entre todas as regiões. Vocês concordam com isto?   
Foto: Álbum de Yves Toledo
Júnior (baixo), Sandney (vocal/guitarra) e Yves Toledo (bateria)
R: Sabemos que hoje em dia é bem mais fácil ter acesso ao que vem sendo produzido pelas bandas de todo o mundo, a internet quebrou várias barreiras nesse sentido. 
É muito mais fácil gravar e divulgar o que é produzido, como também é mais fácil ter informações sobre as bandas das diversas regiões do país. No entanto ainda vemos um fluxo maior de bandas das regiões sul e sudeste vindo tocar no nordeste do que as do nordeste fazendo o caminho contrário. Há mais canais de comunicação, no entanto isso não abriu espaço para as bandas da cena nordestina.

3º. Qual a opinião da Banda sobre a homofobia?   
R: As pessoas precisam aprender a respeitar as escolhas de seus semelhantes. A opção sexual é algo que só diz respeito ao próprio indivíduo, o que importa é que ele se sinta feliz com a sua escolha. 
A homofobia é um sentimento/preconceito resultante da nossa ignorância, como o é  racismo, a xenofobia e a crença de alguns que se consideram superiores aos demais. Isso é algo que deve ser combatido tanto nas outras pessoas quanto em nós mesmos.

4º. Na Misantropia quais são as influências principais?   
R: Musicalmente são mais ligadas ao Punk/HC, no entanto o metal, jazz, bandas instrumentais e algumas outras vertentes que escutamos terminam nos influenciando. É algo que pode não ser diretamente percebido no som da Misantropia, mas que termina refletindo de alguma forma no que fazemos.

5º. Como anda a Cena em Maceió e região... Têm ocorrido eventos?   
R: Costumamos dizer que a Cena em Maceió é cíclica, temos períodos com um grande número de eventos, às vezes mais de dois por mês, e outros nos quais os shows se tornam algo extremamente raro. 
Atualmente o ritmo aumentou um pouco, há um volume razoável de eventos ocorrendo. Alguns grupos e pessoas estão bem ativas e isso tem refletido em outras cidades. Em Arapiraca e Palmeira rolaram e vão rolar alguns eventos interessantes e isso possibilita um intercâmbio legal entre as bandas.
Podemos destacar o trabalho que vem sendo feito pelo Coletivo Popfuzz, pela galera que fez parte da FVM e uma outra galera que recentemente trouxe a Egregora para Maceió. Agora em julho esse mesmo pessoal vai organizar o show da Tuna.
Vale ressaltar que vários eventos extrapolam a questão musical promovendo debates, palestras e discussões que levam todos a refletir sobre questões muito relevantes.

6º. Tive a oportunidade de presenciar a Banda em apresentação no IX Festcore em Aracajú/SE. Vi quando Sandney emprestou a sua guitarra ao Luiz da Cessar Fogo... Fale um pouco sobre a união na Cena, isto ocorre realmente?  
R: Há uma camaradagem entre bandas, mas não é algo que ocorre entre todas as bandas e entre todas as pessoas. Com relação a equipamentos alguns são bem caros e muitas pessoas preferem não emprestá-los, por outro lado existem pessoas que pegam um equipamento emprestado e não têm muito cuidado. 
Nós já vimos situações na cena de muito altruísmo e fraternidade, no entanto também já vimos situações de extremo egoísmo e falta de respeito ao próximo. O que sabemos é que ainda temos um longo caminho pela frente até sermos tão bons e perfeitos quanto pregamos e desejamos que outros sejam. Entre a ideologia e a ação há, muitas vezes, um grande abismo.

7º. Comentem um pouco sobre a caminhada da Banda.  
2º Alternativo Rock - Canindé de São Francisco/SE- 2008
R: Nesses anos de banda nós quebramos a cara algumas vezes, tivemos muito mais alegrias do que decepções e acreditamos que evoluímos um pouco como pessoas. O principal é que não nos arrependemos da escolha que fizemos e ainda temos muita disposição para continuar na batalha com a banda. Programamos ficar tocando até alguém da banda completar 60 anos, o que nos dá no mínimo mais vinte anos pela frente. Estamos com as músicas novas prontas, gravadas, o estúdio esta trabalhando na mixagem. A velha pretensão de organizar um pequeno giro pelo nordeste continua em nossas mentes, mas reconheço que falta uma movimentação mais efetiva da nossa parte nesse sentido.

8º.  Qual a visão da Misantropia sobre o nosso país?              
R: Ainda acreditamos que o mundo tem jeito, não só o Brasil. Analisando a situação sabemos que aqui temos muitos problemas, há muitas coisas erradas e muita miséria, talvez um nível maior do que em outros locais, mas em todo o mundo o homem deixa suas marcas e cria várias mazelas que precisam ser combatidas e extirpadas. Ainda hoje pessoas morrem de fome, guerras são feitas e vidas são tiradas a troco de nada. A natureza sofre continuamente pela ação impensada da raça humana e já podemos perceber as conseqüências dos nossos atos. 
Provavelmente não estaremos vivos para curtir o mundo que tanto sonhamos, mas temos que ir fazendo a nossa parte sabendo que a principal revolução tem que acontecer diariamente dentro de nós.

9º. O espaço é livre para vocês, fiquem a vontade!                             
2º Alternativo Rock - Canindé de São Francisco/SE - 2008
R: Antes de querermos mudar o mundo precisamos saber que temos que nos revolucionar continuamente. Não será por meio de palavras, por meio de atos violentos ou apenas apontando os erros que iremos provocar algum tipo de mudança. O faça o que eu mando, não faça o que eu faço é algo que não se sustenta. Outro ponto extremamente importante está ligado à questão de que precisamos nos instruir, adquirir conhecimento e ter um senso crítico muito apurado. Não devemos parecer com papagaios que apenas reproduzem palavras e idéias sem saber o que elas significam e representam, nem muito menos devemos nos considerar donos da verdade.
Beto, muito obrigado pela força... Paz, saúde e Anarquia para todos.

CONTATO
Sandney Farias da Cunha
Rua Santa Isabel, nº. 250 – Casa 2.
Barro Duro- Maceió – AL - Cep 57045-310
sandneyfarias@hotmail.com